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sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Os filmes indicados para "o melhor" ao Oscar 2012 - minhas impressões e palavras



Sandra Bullock + Tom Hanks + Stephen Daldry = ?. Esperaríamos uma obra de arte, mas o resultado foi um filme dispensável que não tem o porque de estar na corrido ao Oscar desse ano. Uma decepção sem tamanho, principalmente vinda de artistas tão experientes e geniais como Stephen Daldry, diretor de As Horas, Billy Elliot e O Leitor (todos indicados ao Oscar); Tom Hanks e Sandra Bullock que dispensam apresentações. 
Thomas Horn interpreta o menino do cartaz, o chato, antipático e malcriado, Oskar Schell, filho dos personagens de Hanks e Bullock. Max von Sydow faz um homem mudo que tenta nos emocionar nos melhores momentos do filme, não consegue devido a chatice enorme que exala desse menino que acompanhamos, ou tentamos acompanhar, por quase 2 horas e pouco de tortura cinematográfica. Nada a ver a sua indicação ao Oscar, demonstrando o quão ruim foi esse ano para o cinema.


Histórias Cruzadas conseguiu me fazer rir, enraivecer, entristecer e pensar. É um filme emocionante realmente. Sobre o homem e suas atitudes, uma das atitudes mais irracionais de todas: a discriminação. Destaque para Viola Davis a qual dá alma ao filme e pode tirar o Oscar de Meryl Streep juntamente com Octavia Spencer e um pouco do carisma da nova queridinha da América, Emma Stone. Mas o resto do elenco também é indescritível contribuindo todos para um produto final de qualidade indiscutível.


Beleza... Não há muitos adjetivos que eu consiga encontrar para A Invenção de Hugo Cabret. Uma linda homenagem ao cinema feita pelo excelente Martin Scorsese (um cinéfilo de carteirinha que só fazia filmes para gente grande e agora surpreende ao mudar o seu público alvo)  mas que pode chegar a ser chato em alguns momentos. Porém, é incontestável,  a emoção de assistir, ainda mais em 3D, cenas da obra do grande e genial pai do cinema Georges Méliès. O pior é quando você percebe que toda a baboseira serviu para Scorsese trazer a tona Méliès, até o menino protagonista nada mais é do que uma "escada". Se fosse um filme mais franco e direto teria conquistado mais - Scorsese diria que cinema é sonho, e eu responderia que há sonhos e sonhos, prefiro os meus!


Woody Allen, simplesmente Woody Allen. Talvez a única coisa contestável do filme seja Rachel McAdams, péssima como sempre, mas não chega a atrapalhar a viagem deliciosa que é essa obra. É hors-concours. 


Outro filme deslocado. Seu melhor é o roteiro de Steven Zaillian e Aaron Sorkin baseado no livro de Michael Lewis.  Jonah Hill, o ex-gordinho, consegue ser a estrela do filme mostrando o seu verdadeiro potencial como ator . Brad Pitt é simpático mas acaba se achando demais e Philip Seymour Hoffman fica no mesmo. Não se sabe ao certo o porque de estar concorrendo ao Oscar - é bom? É... mas Oscar? Ano duro, sem dúvidas. E, sim, fala de baseball (o esporte mais sem graça da Terra, depois do golfe)!


Um mistério, como é Terrence Malick. Talvez mistério demais pra deixar o filme inteligível (mas quem entende tudo? entende a vida?). Aqui tem mais um pouco de Brad Pitt, que também está em O Homem que Mudou o Jogo, e Jessica Chastain, incrível em Histórias Cruzadas. Também tem Sean Penn, mas as crianças roubam a cena. Sim, há um pouco de Kubrick em Malick! Tente um cinema diferente, uma nova experiência pode fazer com que você descubra um novo mundo de possibilidades para a sua vida, quem sabe? Foi bom pra mim! Não tenha medo, deixe ele te seduzir!


George Clooney em seu melhor como ator, não que isso signifique muita coisa. Está mais do que na hora dele perceber ser melhor diretor do que ator, mas... O filme é simpático e vale por nos apresentar a jovem talentosa Shailene Woodley. Alexander Payne e seu filme receberam uma injusta e desnecessária notoriedade pela Academia. Não que seja um filme ruim, mas também não é um dos melhores! 


Steven Spielberg em seu pior, não que seja o pior filme (temos que contar com Tão... e Tão...), e mesmo o ruim de Spielberg não é de se jogar fora - tem sempre o valor histórico! Tantos talentos jogados fora mas o destaque vai para Jeremy Irvine que não parece ter talento nem simpatia, só um rosto bonito! Apesar de tudo Tom Hiddleston e Benedict Cumberbatch conseguem brilhar no meio da escuridão. De Spielberg nós esperávamos mais!


Não é revolucionário, nem quer ser; não é excepcional, nem tenta ser. Talvez a despretensão de ser tantas coisas faça dessa a obra favorita ao prêmio.  Jean Dujardin nos conquista com o  seu sorriso e consegue levar o filme até o encantador  encerramento no qual redescobrimos a magia do cinema, por vezes esquecida ou desprezada. Na falta de algo genial vai esse mesmo - o resgate de um puro cinema!

Veja + sobre os indicados.

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