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domingo, 12 de fevereiro de 2012

Whitney Houston: a estrela se apaga - por Rubens Ewald Filho

por Rubens Ewald Filho
Não se pode dizer que não tenha sido uma tragédia anunciada. Mais uma morte temida e prevista, que nada foi capaz de impedir. É curioso como o consumo de drogas continua a fazer vítimas e ninguém quer enxergar que ele aumenta a cada dia, inexorável. E perdem-se vidas, talentos, poucos tão brilhantes quanto Whitney Houston (1963-2012) que nos fixando apenas no cinema conseguiu um fato muito raro: ser um cantora negra a se tornou estrela absoluta de cinema, fez enorme sucesso e só saiu de cartaz pelos problemas pessoais.
Sem ser uma grande atriz, na tela ela era uma figura forte, mas pouco simpática, passava uma frieza, como se no fundo não estivesse em cena. Eu tenho a teoria de que no fundo a câmera fotografa a alma da pessoa, e só dão certo os que se expõe, deixam sua sensibilidade, seu interior a mostra. Havia algo nela que nunca transparecia. Tinha uma voz fenomenal, era uma mulher bonita, mas sabe se lá que demônios enfrentava que impediam que se tornasse uma grande atriz. Antes dela houve um caso parecido com Diana Ross, que depois de indicação ao Oscar acabou não prosseguindo carreira.


Whitney teve uma carreira reduzida. Ironicamente foi Kevin Costner, que não é conhecido por sua generosidade, quem deu origem ao projeto de O Guarda Costas (The Bodyguard, 92), de Mick Jackson, e insistiu que ela o estrelasse (no original era uma cantora branca e o notável é que embora este tenha sido o primeiro filme a girar em torno do romance escancarado entre uma negra e um branco, ninguém se deu conta disso. Foi enorme sucesso, justamente pelo poder da sua voz e presença bonita, o fato de ser distanciada não importava já que fazia uma diva.
Foi também Costner quem insistiu que ela cantasse I Will Always Love You (que era uma canção já velha de Dolly Parton e que virou um mega êxito). Com tal impacto que ninguém reparou que o filme não era nenhuma maravilha. Ao contrário, esperaram ansiosamente uma outra aparição no cinema, que só viria três anos depois, num filme de equipe, onde ela era uma de um grupo de quatro mulheres. Foi Falando de Amor (Waiting to Exhale, 95), dirigido pelo ator Forest Whitaker e mostrando o que na ocasião ainda era raro: o comportamento das mulheres negras de classe média alta que lutavam para ter vida e emprego próprio, mas tinham problemas amorosos. Desta vez Whitney não se destacava das outras parceiras, a ótima Angela Bassett, a divertida Loretta Devine e a jovem Lela Rochon. Mas cantava na trilha Count on Me indicada ao Grammy (mas não ao Oscar).


No ano seguinte, 1996,  Whitney cercou-se de dois bons atores - Denzel Washington e Courtney B. Vance - para participar da refilmagem de uma comédia natalina homônima e semiclássica, The Bishop's Wife , Um Anjo em Minha Vida. O que predominava como música era os corais de igrejas gospel em que ela foi criada, mas mesmo assim o filme não foi especial (e Whitney já parecia ausente).


Dali em diante, fez apenas uma aparição rápida num telefilme de Whoopi Goldberg, versão da Cinderella, (97), de Rodgers e Hammerstein, com elenco (quase) all black (entre as exceções Bernadette Peters, de Madrasta. Brandy era a heroína, Whitney a fada madrinha e Whoopi a rainha. Passou desapercebido aqui em DVD da Disney.
Segundo o iMDB, Whitney teria feito já outro filme,  Sparkle, da Sony, previsto para estrear em agosto deste ano. Dirigido por Salim Akil (das speries de TV Girlfriends e The Game, dirigiu o recente Jumping the Broom/Pulando a Vassoura). A história é sobre três irmãs que formam um conjunto vocal de sucesso e têm que lidar com a fama e o uso de drogas! É refilmagem de filme de 1976, inédito aqui e  que teve Irene Cara, Lonette McKee. Dwan Smith. No elenco atual estão Mike Epps, Derek Luke, Michael Beach, Carmen Ejogo, e as novatas Jordin Sparks (vencedora do American Idol) e Tika Sumpter. Sabe-se que Whitney faz versão do clássico gospel Eyes on the Sparrow e tem dueto com Sparks em Celebrate que entra nos letreiros finais.

 Fonte: Blog do Rubens Ewald Filho, texto retirado na íntegra.

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